Halitose

Segundo a Dra. Rosileine Uliana "a halitose é um problema na população em geral, em torno de 50 a 60% dos indivíduos apresentam alguma forma de mal odor oral de maneira crônica. A halitose não é considerada uma doença por si, mas sim uma condição anormal do hálito, indicando um desequilíbrio local ou sistêmico, que precisa ser diagnosticado e tratado. A presença da halitose está invariavelmente relacionada com má higiene oral, porém pode também ser um indicativo de alguma doença bucal ou sistêmica, como por exemplo, periodontite ou diabetes. A incidência do mau hálito na população brasileira é, segundo a ABPO (Associação Brasileira de Pesquisas dos Odores Bucais) de 40% sendo 17% de zero a 12 anos, 41% de 12 a 65 anos, 71% acima de 65 anos, devido a redução da função das glândulas salivares".

Saburra lingual de adulto

Saburra lingual de criança de 14 anos

Saburra lingual de criança de 5 anos

Raspagem lingual

Existem mais de 50 causas da halitose, sendo a grande maioria (85%) de origem bucal, por redução do fluxo salivar ou xerostomia formando a saburra lingual ( biofilme lingual). Fatores sistêmicos como problemas emocionais, renais, hepáticos, intestinais, sinusites, entre outros, também podem estar relacionados com a halitose. Uma das principais causas da halitose está na formação da saburra lingual ou o biofilme lingual, material branco ou amarelado, formado de mucina salivar, células epiteliais de descamação da mucosa bucal e de microrganismos anaeróbios, material este que se deposita no dorso da língua.

Tipos de halitose:

  • Halitose por diabetes: hálito cetônico
  • Halitose pelo sistema digestivo: As bebidas alcoólicas em excesso apresentam mais dois agravantes: ressecam a mucosa bucal aumentando a descamação e provocam alteração da microbiota intestinal com fermentação odorífera capaz de produzir halitose que pode ser mais acentuada quando associada à cirrose hepática (26,28)
  • Halitose do tabagismo: "os fumantes têm o odor exacerbado devido ao odor do tabaco utilizado e além disso, a fumaça agride a mucosa favorecendo a sua descamação e redução do fluxo salivar, propiciando a formação da saburra lingual".
  • Halitose do stress: "O controle do fluxo salivar está na dependência do equilíbrio do sistema nevoso central, nos pacientes estressados poderá haver um redução do fluxo salivar em diferentes graus, com possível formação de saburra lingual."
  • Síndrome de referência olfativa: segudo trabalho apresentado pela Dra. Denise Falcão no V International Conference on Breath Odor, julho 2001 no Japão, “ a síndrome de referência olfativa (SRO) está relacionada com a halitose imaginária. Avaliando-se clinicamente, juntamente com a mensuração dos compostos sulfurados e orgânicos voláteis através de halimetria e teste organoléptico, observou-se que estes pacientes estão dentro dos padrões normais de odores bucais.

Estima-se que 1,25% da população sofre de disfunção olfativa e/ou gustativa. Assim sendo, a queixa de halitose pode ser na verdade um distúrbio olfativo e/ou gustativo que não promove a emanação de odores desagradáveis.